quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

“Antes um bom canalha de ressaca do que um saudável bom moço perfumado com a boca sempre cheirando a antisséptico”

Um excelente 2010 para todos!!!

E assim inicio este blog de ano novo com a última dele.

TEMPO DE HOMENS FROUXOS:

A prosa nada cabulosa da nossa távola redonda salta de mesa em mesa, entre cavalheiros e damas, naquela madruga na taberna:

“Pois saibam todos vocês, a teoria da moça ao lado está mais certa que boca de padre e mais justa do que boca de bode”, emenda Ailton, o garçom pernambucano, de prima, sem deixar a peteca fazer gracinha pelos ares.

“Antes mesmo um bom canalha, com pegada, do que um macho frouxo e vacilão”, exalta Carol, amplifica Maíra, declama Guta, acentua Luciana, amacia Beth e Clarice gagareja com sua caipirinha de frutas vermelhas.

Era a tese da hora, porque bebedeira só é boa mesmo com uma tese de costumes para a gente beliscar noite adentro.

Sem deixar um farelo de dúvidas sobre a mesa de acepipes, bar Filial, madrugada de São Paulo, as meninas, agora em coro, decretam:

“Paz na terra aos canalhas de boa vontade, eles merecem nosso crédito!”

No que o Coppola, o amigo calabrês sempre vestido de nuvens azuis em corte de camiseta pólo, manda o seu mr. Sinatra antes que os sabiás das quatro da matina se manifestem:

Fly me to the moon
Let me sing among those stars…”, canta, como sempre, depois do décimo chope.

As gazelas vão à lua e retornam divas mais radicais ainda para a saideira clássica sob a paisagem de cadeiras levantadas e água com sabão nos pés.

“Antes um bom canalha de ressaca do que um saudável bom moço perfumado com a boca sempre cheirando a antisséptico”, Guta vai mais longe ainda.

A tese ganha versões, puxadinhos semânticos, penduricalhos, novas frases refeitas:

“Mais vale um cafa na mão do que dois playboys vacilões”.

“Nesses tempos de homens frouxos, quando não se pede mais ninguém em namoro, a canalhice é o nosso parque de diversões”, Lu ataca novamente.

A tese se torna tão valiosa, uma obra aberta, que alguém anota em guadanapos, como se fosse a ata da bebedeira. Fica como “pindura” para a próxima farra.

“Mais vale um Paulo César Peréio na mão do que dois Tony Ramos com depilação definitiva”, manda uma ex-feia que acaba de se consagrar musa-mor da madruga.

Àquela altura não há mais ninguém feio no mundo. Nem mesmo um mal-diagramado pela natureza como este cronista, que aprendeu, com o seu ídolo Sérge Gainsbourg, que a beleza é passageira e a feiura é para sempre. Eis o nosso mantra eterno, amém.


Xico Sá



Mas tenho algumas considerações a fazer sobre o tema:
Embora concorde com algumas coisas, tipo, a frase que escolhi para título do post, tenho q deixar claro que não gosto do canalha no sentido literal da palavra, quele bom FDP, que te sacaneia, usa e abusa...
Gosto (e acho que posso até dar uma generalizadinha - gostamos) dos canalhas de faz de conta, que são inteligentes, sagazes, engraçados, atenciosos (pois faz parte da conquista), botequeiros e, claro, com um p... de uma pegada...

Será que me fiz entender??? rs

4 comentários:

disse...

eu, levanto uma taça de um bom vinho para brindar aos cafas que preferimos! os bons de pegadas, inteligentes, sagaz e que se desmancham perto de nós!
beijo ;)

Carla Quarim disse...

Um cafa com uma boa pegada e um bom vinho... o que mais precisamos, hein?!?!?!
Beijos

lipe fonseca disse...

er... na verdade, eu fingi que não entendi. achei que era melhor assim, rsrs. beijo.

Anônimo disse...

Eu.