sei que a vida carece de alguma certeza uma promessa que seja uma faísca uma proeza sei que a vida carece de uma palavra sem pressa de uma fruta na mesa de alguma leveza sei que a vida carece de se espalhar na correnteza pra não ficar sempre na mesma se utilizar da sutileza sei que a vida carece de uma certa clareza uma janela quebrada uma saudade acesa uma fagulha que seja
Ela só queria um pouco de paz. Trégua com as ansiedades, armistício com os pensamentos e, quando estivesse completamente sem testemunhas, rasgar-se e passar-se a limpo. Editaria seus medos em novas letras, novo timbre. Nunca mais voz passiva, matizaria seus desejos. Então na manhã seguinte à grande transformação, sob o pó de sua pré-existência, também seria fênix. Voaria para longe, vida renovada em plumagem colorida. Longe, longe, longe. Transformando em fogo toda a brasa que lhe inquietava. Errante, erraria. Exausta, retornaria. Mas afinal ciente de que todas as suas fantasias eram... somente fantasias. Cansada do vôo intenso, então poderia reconhecer a felicidade em todos os seus clichês. Poderia reapaixonar-se pela vida prosaica que tanto rejeitara: o sol de domingo, a brisa fresca, o borbulhante cheiro do café, os gritos das crianças e o sexo do marido. A suprema diferença? Voltaria exausta da busca, não mais de si mesma.
Uma das famas mais legítimas de São Paulo é a de que é uma “cidade onde se come bem”. De fato, da modesta padaria da esquina de bairro ao caro restaurante dos Jardins, há uma profusão inesgotável de sabores ao dispor do freguês. Pensava nisso enquanto ligava para um amigo, em visita à cidade. (...) Suas blagues verbais impagáveis completam o personagem. “Chefe de quem?” – consuma dizer quando alguém lhe diz “Fulano é o chef”. Ouros clássicos: “comida boa não tem nome” e “gastronomia é um grande caô”. (...) Além do quê, crítico e exigente como ele só, apesar de bem-humorado, meu convite hesitava entre a saudade de sua boa prosa e a vontade de revê-lo e o medo de errar desastrosamente na escolha do restaurante. Liguei para outro amigo, profundo conhecedor das cozinhas paulistanas, que me indicou um restaurante novo e simpático, especializado em pratos mediterrâneos, com um quintal arejado, ideal para uma conversa de velhos amigos. (...) ele ansioso para ser surpreendido na “capital gastronômica” do país.(...) - Um dos maiores truques dos cozinheiros de hoje, que insistem em ser chamados de chefes, é enfeitar o óbvio, fazer tudo parecer mais sofisticado do que é – ele disse. - Esse seria um mal do nosso tempo? Todo métier hoje tem essa cara de pau, não é? E acho que as pessoas estão mais “impressionáveis” do que nunca – retruquei. Ele silenciou. (...) Começamos a comer em silêncio. Eu saboreava com prazer a comida, embora não me parecesse a sétima maravilha do mundo. (...) Já no carro, voltando pra casa, perguntei-lhe finalmente: “e aí, gostou da comida? Não falou nada”. Ao que ele respondeu: “gostei, mas não foi memorável”. “Por que?”, insisti. Ele então disparou: - Passei quarenta anos aprimorando meu paladar em botecos suburbanos, padarias de esquina, restaurantes de terceira, bodegas interioranas, sei o que é bom... Cardápio não se come. Restaurantes como este me dão saudades do tempo em que se comia comida, não gastronomia. Zeca Baleiro
O texto completo, que tem que ser lido, pelos detalhes, está no site oficial do moço, em bala na agulha.
E não é que o tal amigo tem razão, este deixou saudades... e algumas gramas a mais... rs
Restaurante simples, comida excelente. Além do atendimento mineiro, garanto que melhor que de restaurantes carésimos!! Inclusive, dá uma olhadinha no preço das cervejas... e o que não aprece, o da Skol, eu conto, mas não se assustem... R$ 2,22... e gelada!!! As comidas eu não vou nem comentar. Viva São Paulo!!!
Pessoas, depois de muito tempo, coloquei as fotos das minhas férias, de festas, casamentos... enfim... tudo que estava desatualizado. Entrem no Meu Espacinho... Cacá!!! e vejam tudo... Beijosssssssssssssss
Não foi desta vez, mas, quem sabe um dia... por enquanto me delicio com vozes e vídeos das Chicas. E para começar, uma música de Gonzaguina, descoberta depois de sua morte. A história da música está no vídeo, que também tem um lindo "dueto".
Namorar Chicas Composição: Gonzaguinha
Meu amor eu quero é namorar A vida é linda, você é linda demais Descobri o segredo da paz A paz é da cor do amor E o amor, meu amor é de toda cor É de toda cor todo coração Já chegou já está E nem quer saber o que será Descobri o segredo da paz A paz é no tom do amor E o amor meu amor é em todo tom
Ah! Canta meu coração Pra todo mundo ouvir Canta que é feliz, diz Linda é a nação do amor Luz de lua, luz de sol E é gostoso namorar
Este são elas cantando Gatas Extraordinárias de Caetano Veloso, apresentação no Som Brasil... Para quem não viu ou esqueceu...
Outra que gosto muito é Geraldinos e Arquibaldos, uma graça!! Também do Gonzaguinha!! Ah!! E para quem não sabe, duas delas são SÓ filhas do Gonzaguinha!
A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto. Se escuto, eu te oiço a passada Existir como eu existo.
A terra é feita de céu. A mentira não tem ninho. Nunca ninguém se perdeu. Tudo é verdade e caminho.
O. C., I, V, Poesias, p. 144. Fernando Pessoa - Poemas Ocultistas- 23/05/1932
Sei que dói, mas tem muita gente que gosta de vc p te dar todo o apoio que precisar... inclusive sua madrinha aqui!!! Fica bem... no seu tempo!!! Beijão
Não tenho nada pra dizer, tb não tenho mais o que fazer.... Mas não se preocupe, não vou terminar... só falta do que fazer, depois de um 0x0, duas caiporas, falação total e muita risada... só isso, isso só!!!
Geraldas e Avencas(Grupo de Dança 1º Ato) traz à cena uma reflexão sobre a plastificação e padronização da estética na contemporaneidade e sobre o embrutecimento das relações que levam a uma descaracterização, expectativa de perfeição que mutila, agride e provoca deformações. O resultado não pretende nenhum juízo de valor, mas aponta para uma outra possibilidade do belo, a partir de marcas, traços, cicatrizes que nos diferenciam e assinam nossas diferenças. A trilha sonora original de Zeca Baleiro acompanha e enriquece o tom crítico e poético presente no conceito e na dramaturgia da obra. O 1ºAto comemora seus 25 anos com uma montagem sensível ao seu tempo, reflexiva às contradições do mundo contemporâneo.
“Geraldas e Avencas” questiona o quanto é fugaz o conceito do que é belo e como homens e mulheres se submetem à mutilação para se enquadrar nesses parâmetros efêmeros de beleza. Sua proposta é apontar as cicatrizes e imperfeições, já que elas são marcas da vida e da história de cada um.
** NOTA DA AUTORA**
Num bate papo com a coreógrafa Suely Machado, com os bailarinos e com (o espetácular) Zeca Baleiro, que fez a trilha do espetáculo, a idealizadora explica o significado do nome.A Cia é mineira, e dizem que todos os mineiros tem uma vó, tia, empregada, costureira, babá... chamada Geralda, que significa mulher guerreira. E Avenca é uma flor "fresca" ( como ela mesma disse) que simboliza o frágil, o erudito, em contaposição ao simples... E o espetáculo é exatamente isso, força e delicadeza!!!
Passa uma borboleta por diante de mim E pela primeira vez no Universo eu reparo Que as borboletas não têm cor nem movimento, Assim como as flores não têm perfume nem cor. A cor é que tem cor nas asas da borboleta, No movimento da borboleta o movimento é que se move, O perfume é que tem perfume no perfume da flor. A borboleta é apenas borboleta E a flor é apenas flor.