domingo, 15 de junho de 2008

Deixe a menina "dançar" em paz...



Geraldas e Avencas (Grupo de Dança 1º Ato) traz à cena uma reflexão sobre a plastificação e padronização da estética na contemporaneidade e sobre o embrutecimento das relações que levam a uma descaracterização, expectativa de perfeição que mutila, agride e provoca deformações. O resultado não pretende nenhum juízo de valor, mas aponta para uma outra possibilidade do belo, a partir de marcas, traços, cicatrizes que nos diferenciam e assinam nossas diferenças. A trilha sonora original de Zeca Baleiro acompanha e enriquece o tom crítico e poético presente no conceito e na dramaturgia da obra. O 1ºAto comemora seus 25 anos com uma montagem sensível ao seu tempo, reflexiva às contradições do mundo contemporâneo.



“Geraldas e Avencas” questiona o quanto é fugaz o conceito do que é belo e como homens e mulheres se submetem à mutilação para se enquadrar nesses parâmetros efêmeros de beleza. Sua proposta é apontar as cicatrizes e imperfeições, já que elas são marcas da vida e da história de cada um.





** NOTA DA AUTORA**

Num bate papo com a coreógrafa Suely Machado, com os bailarinos e com (o espetácular) Zeca Baleiro, que fez a trilha do espetáculo, a idealizadora explica o significado do nome. A Cia é mineira, e dizem que todos os mineiros tem uma vó, tia, empregada, costureira, babá... chamada Geralda, que significa mulher guerreira. E Avenca é uma flor "fresca" ( como ela mesma disse) que simboliza o frágil, o erudito, em contaposição ao simples... E o espetáculo é exatamente isso, força e delicadeza!!!

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