sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

E que venha 2011 (e que venha rápido)


* Paloma de la Paz - Picasso



(E ele já veio!!!!! Pq p variar isso vem pra cá com um certo atraso...rsrsrs)

Nossa, difícil falar deste ano... MUITO difícil!!!

Foi um ano contubadíssimo....

No começo perdi muita coisa:

- Minha vozinha

- Um relacionamento longo e com ele muitos dos meus sonhos

- Um emprego

- Alguns problemas de saúde na família

Tudo praticamente junto, desmontei de uma forma que nunca tinha desmontato.

Mas aí, como já não tinha emprego mesmo, resolvi meter as caras e fazer o que sempre quis, e descobri que queria mesmo. E pela primeira vez, acordo cedo pra p0rr@ pra ir trabalhar de bom humor, sem aquela vontade de não sair nunca mais da cama.

Logo depois uma pessoa maravilhosa, se torna ainda mais maravilhosa e começa a fazer parte da minha vida por completo, se tornando cada dia mais e mais especial.


Descobri que as coisas ruins só vieram pra eu conseguir dar uma guinada na minha vida, encerrar ciclos, iniciar a escrever minha história numa folha em branco.... E agora escrever a história do meu jeito!!!

Claro q nem tudo são flores:

- Profissional: Não tenho a remuneração que queria, mas tenho o reconhecimento que sempre quis, e a perspectiva de crescimento, coisa que em nenhum lugar eu conseguia ver. Além de gostar muito do que faço.

- Pessoal: embora muito feliz, isso gerou uma "segregação". Com isso "perdi" algumas pessoas que estavam fazendo parte da minha vida. Mas ao mesmo tempo tive certeza da amizade de todos os que ficaram, como são queridos e importantes na minha vida. Os que "foram", só o tempo dirá se voltarão!!!!!

Só o primeiro fato, que, infelizmente não tenho o que fazer, só rezar e sentir saudades!!!!!

E o último que estamos correndo atrás, e com fé de que tudo dará certo!!!

Mas num balanço geral, fecho 2010 com saldo positivo, embora querendo desesperadamente que ele acabe... rs

Semana passada me foi perguntado como havia sido meu ano e eu respondi isso: conturbado, mas o saldo final foi positivo. E ele me respondeu: então se for igual a este tá bom???

E eu respondi mais do que depressa: NÃO!
Mais um ano deste meu pobre coraçãozinho num guenta!!!!!

Para 2011 quero e desejo PAZ!!! (pois sei que 2010 não foi uma zona só p mim!!)

Que role um up na carreira, que eu continue feliz como estou hoje, que as pessoas queridas estejam sempre por perto... acho que já tá bom!!!!

UM EXCELENTE 2011 PARA TODOS!!!!!!!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Epifania!!!!!

Pequenas epifanias
(Caio Fernando Abreu - 22.4.1986)

Há alguns dias, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus - enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal - não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns
silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziaram para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos. Por trás do que acontecia, eu redescobri magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mau me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da
outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quatro, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector - Tentação - na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível.". Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão bassê, também ruivo, que passa acorrentado. Ela pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E, nada acontece. De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava
dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou - descuidado, também - em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias, encravadas no dia-a-dia.
Era isso - aquela outra vida inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janela, vendo o que ninguém mais veria. Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso também tocar em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que recomponho devagar, traço a traço, quando estou
só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

FLAGRANTES DE MULHER - I

Um dos momentos mais simples, delicados e bonitos de uma mulher é aquele instante em que a sandália fica suspensa entre o pé e o ar, quase caindo mesmo, em um equilíbrio milagroso da distração feminina. A visão perfeita dos dedos e da curvatura da sola do pezinho. Meu Deus do céu. Nada mais sexy e sedutor para quem sabe apreciar tamanha delicadeza.

Xico Sá

Só falta um solzinho bem gostoso para tornar a cena real, e felizes os amantes das delicadezas femininas.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem crise

É assim que quero, que eu sou, e que quero perto de mim (as vezes não dá, mas ok!! rs)



Lema
Ney Matogrosso

(Carlos Rennó E Lokua Kanza)

(Ioba iê)

Não vou lamentar
a mudança que o tempo traz, não
o que já ficou para trás
e o tempo a passar sem parar jamais
já fui novo, sim
de novo, não
ser novo pra mim é algo velho
quero crescer
quero viver o que é novo, sim
o que eu quero assim
é ser velho.

Envelhecer
certamente com a mente sã
me renovando
dia a dia, a cada manhã

Tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema
meu emblema, eis o meu refrão

Mas não vou dar fim
jamais ao menino em mim
e nem dar de, não mais me maravilhar
diante do mar e do céu da vida
e ser todo ser, e reviver
a cada clamor de amor e sexo
perto de ser um Deus
e certo de ser mortal
de ser animal
e ser homem

Tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema
meu emblema, eis o meu refrão

Eis o meu lema
meu emblema, eis minha oração
Eis o meu lema
meu emblema, eis minha oração

(Ioba iê)

sábado, 18 de setembro de 2010

[após um roubo motivado pela fome]
"...Mas Rudy Steiner não pode resistir a um sorriso. Em anos vindouros ele seria um doador de pão, não um ladrão - mais uma prova de como o ser humano é contraditório. Um punhado de bem, um punhado de mal. É só misturar com água."

A menina que roubava livros - Markus Zusak


domingo, 5 de setembro de 2010

Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade alegria e amor




Bola de Meia, Bola de Gude
Composição: Milton Nascimento
14-Bis

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dançar idem...

O Menino Que Carregava Água Na Peneira
Manoel de Barros

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos.

domingo, 8 de agosto de 2010

Efeito Musical!!!!



Afff... tta coisa acontecendo ultimamente, que nem deu p escrever nada por aqui, mas uma coisa eu não poderia deixar de colocar aqui....







sábado, 24 de julho de 2010

Tempos de Paz


Primeiro: Ai como eu queria ter visto isso no teatro... e aqui em Sampa foi no Municipal... mas ok! Sem lástimas pelo que passou (frase muito usada ultimamente)

Agora, estou escrevendo aqui pq não consegui ter meus minutos e silêncio pós filme, que sempre preciso. Conversar sobre, muito menos, então falo aqui, comigo mesma.

Impressionadíssima com o Tiny Ramos e (muitíssimo) com a Dan Stulbach. Ele é simplesmente fantástico.
O filme conta uma história de um diálogo entre o chefe da imigração (Tony) e um imigrante Polonês (Dan).
Dando início aos tempos de paz, o ex torturador de presos resolve pegar um imigrante Polonês, que chega dizendo que é agricuktos, falando Portugês e sem bagagem, como seu útimo caso.
O oficial propõe ao imigrante um trato: se ele o fizesse chorar poderia ficar no Brasil, caso contrário, seria colocado de volta no navio.
Aí começam as melhores cenas do filme.
Vale (muito) pelas atuações!!!!

E mais uma vez (salve o Peixe Urbano... rs... e pra quem não conhece, é só clicar aqui http://www.peixeurbano.com.br/convite/1AKL)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mulheres...

Para dar uma animada neste posts, este vídeo incrível... morri de rir!!! Tenho certeza que eu era assim... mas acho que já passou... kkkkkkkkkkkkk



Já foram tantos os poemas, os trechos de livros, os textos e músicas que eu coloquei aqui... mas agora nada se encaixa.

Embora eu tenha voltado a ler, ouvido muita música - coisas que me tiram do meu mundo - nada consegue passar o que eu sinto.

É uma mistura tão grande de sentimentos, de vibrações, de energias... coisas que eu já esperava, coisas que me surpreenderam.

E não estou sabendo lidar com nenhuma.

O sorriso, a alegria que todos adoram, que acham o máximo, está da boca pra fora... hora de cuidar da boca pra dentro... e eu acredito, e muito que tudo vai dar certo... mas posso me dar o direito de um dia de .... .....................

Ai... hoje... meu reino por um abraço!!!

E terminando este post, estava ouvindo esta música... "Close your eyes and dream"


terça-feira, 13 de julho de 2010

PACIÊNCIA: onde se vende????


O post abaixo foi escrito ontem a noite. Ficou para ser postado hj pq a foto estava em outro computador.

Mas hoje toda a paz que veio de lá foi-se...

Me pedem o tempo todo para ter paciência: ter paciência com..., ter paciência para esperar por um... e por um... e para melhorar a parte...

Assim fica difícil a vida do caboclo...

É paciência para muita coisa. Eu que já vim com o copartimento de estoque bem pequeno, tá f*%@

Mas ok! Este esforço vai valer... tenho certeza que vou aguentar este tempo de "paciência", e tudo vai ficar bem... tem que ficar bem!!!!

Alma lavada

Este foi o único dia nublado do feriado!

Nada como uns dias de descanso, praia, sol, pessoas agradabilíssimas, cerveja, caipirinhas, batidinhas... rs... para esquecer um pouco do turbilhão que anda a minha vida!!!

Como o mar me faz bem!!!
Queria tanto isso todo dia...
Não é à toa que a imagem do blog é ele mesmo... O MAR!!!!

Agora, bora usar a paz e a força trazida dele, aqui no asfalto, na vida real!!!

domingo, 4 de julho de 2010

Salve Peixe Urbano

Graças ao Peixe Urbano fiz uma assinatura de 3 meses na Blokbuster, podendo alugar 3 filmes por vez, que eles vem entregar e retirar aqui em casa. Não é lindo???? rs

Graças a isto em duas semana assisti 6 filmes (5, ainda falta um desta semana).
Vou fazer uma breve descrição das minhas impressões.

-Nine: Aquele musical que tanto falaram, com Penélope Cruz, Sophia Loren, Fergie... Alguns sabem que eu adoro musicais, que danço apresento e tal. A primeira metade do filme tem a fantástica, linda, mega, power Penélope Cruz. Tem também o número da Fergie que é sem dúvida nenhuma a melhor parte do filme. O Resto??? Chato! E ponto!
Ah! A parte da Fergie, é só ver no you tube
aqui ó!
-Julie e Julia: para os que não sabem, é a história de uma mulher comum que vira fenômeno na culinária, lança livro, e a história de uma mulher simples que decide, no prazo de um ano, fazer todas as receitas do livro da primeira. Nada disso importa, só a divina Meryl Streep. Se já gostava dela, depois deste livro tenho certeza que e uma das melhores atrizes da atualidade. Vale, e vale muito!!!!
-Onde vivem os monstros: Mistura de filme animação gráfica, não tem nada de filme de criança, como alguns dos filmes de criança atuais. Pesado... hum... sem uma opinião muito definida.
- Preciosa: História de doer o estômago. Atuações perfeitas. (fora a Mariah Carey, quem mandou ela lá???). Nem consigo falar muito...
- Noivo nervoso, noiva neurótica: Wood Allen com a maior cara de Wood Allen possível. Quem espera uma comédia de se rachar de rir, pode esquecer. Na verdade, fora as frases irretocáveis dele ("tudo bem, dá para irmos andando até a guia", para quem já viu), é uma história bem real, sem a menor graça mas colocado de uma forma muito leve. Na verdade, acho que não estou em momento propício para tecer grandes comentários. Mas grande filme, recomendo! Adorei!!!!
- Tempos de Paz: próxima parada...

domingo, 27 de junho de 2010

KEEP WALKING



Se a luz de repente falha,
E o ar parece faltar,
Lembre-se que os seus pés sabem a saída,
Assim como souberam por onde entrar,
É com os passos marcando o ritmo,
Que a sua cabeça pode voar mais alto,
São os pés firmes no chão,
Que começam todo o salto
,
Por isso deixem que critiquem,
Que analizem, que falem,
Tudo o que você precisa fazer é...
Keep Walking, Johnnie Walker.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

LUIZ FELIPE PONDÉ

Sem esperança


Pergunto-me por que não proíbem professores de pregar o marxismo e toda a bobagem de luta de classes




RESPONDO ASSIM, de bate-pronto, a um aluno: "Não, não tenho nenhum ideal". Silêncio. Talvez um pouco de mal-estar. Todos ali esperavam uma resposta diferente porque todo mundo legal tem um ideal.
Eu não tenho. É assim? Confesso, não sou legal, nem quero ser. ???? Duvido de quem é legal e que tem um ideal. Esperança? Tampouco. E suspeito de quem queira me dar uma.
De novo respondo assim, de bate-pronto, a outro aluno: "Não, não quero mudar o mundo, nem mudar o homem, muito menos a mulher, a mulher, então, está perfeita como é, se mudar, atrapalha, gosto dela assim, carente, instável, infernal, de batom vermelho e de saia justa".
Mentira, esta última parte eu acrescentei agora, mas devia ter dito isso também. Outro silêncio. Talvez, de novo, um pouco de mal-estar. Espero que falhem todas as tentativas de mudar o homem. ???
Não saio para jantar com gente que quer mudar o mundo e que tem ideais. Prefiro as que perdem a hora no dia que decidiram salvar o mundo ou as que trocam seus ideais por um carro novo. Ou as que choram todo dia à noite na cama.
Tenho amigos que padecem desse vício de ter ideais e quererem salvar o mundo, mas você sabe como são essas coisas, amigo é amigo, e a gente deve aceitar como ele (ou ela) é, ou não é amizade.
Perguntam-me, estupefatos: "Mas você é professor, filósofo, escritor, intelectual, colunista da Folha, como pode não ter ideal algum ou não querer mudar o mundo?".
Penso um minuto e respondo: "Acordo de manhã e fico feliz porque sou isso tudo, gosto do que faço, espero poder fazer o que faço até o dia da minha morte".
Perguntam-me, de novo, mais estupefatos: "Mas você está envolvido no debate público! Pra quê, se você não quer mudar o mundo?".
Sou obrigado a pensar de novo, outro minuto (afinal, são perguntas difíceis), e respondo: "Participo do debate público pra atrapalhar a vida de quem quer mudar o mundo ou de quem tem ideais".
Os intelectuais e os professores pegaram uma mania de ser pregadores, e isso é uma lástima. Inclusive porque são pessoas que leem pouco e que são muito vaidosas, e da vaidade nunca sai coisa que preste (com exceção da mulher, para quem a vaidade é como uma segunda pele, que lhe cai bem).
O que você faria se algum professor pregasse o evangelho ao seu filho na faculdade? Provavelmente você lançaria mão de argumentos do tipo que os intelectuais lançam contra o ensino religioso: "O Estado é laico e blá-blá-blá... porque a liberdade de pensamento blá-blá-blá...". Se for para proibir Jesus, por que não proibir qualquer pregação?
Pergunto-me por que não proíbem professores de pregar o marxismo em sala de aula e toda aquela bobagem de luta de classes e sociedade sem lógica do capital? Isso não passa de uma crendice, assim como velhas senhoras creem em olho gordo.
Nas faculdades (e me refiro a grandes faculdades, não a bibocas que existem aos montes por aí), torturam-se alunos todos os dias com pregações vazias como essas, que apenas atrapalham a formação deles, fazendo-os crer que, de fato, "haverá outro mundo quando o McDonald"s fechar e o mundo inteiro ficar igual a Cuba".
Esses "pastores da fé socialista" aproveitam a invenção dessa bobagem de que jovem tem que mudar o mundo para pregarem suas taras. Normalmente, a vontade de mudar o mundo no jovem é causada apenas pela raiva que ele tem de ter que arrumar o quarto.
E suspeito que, assim como fanáticos religiosos leem só um livro, esses pregadores também só leem um livro e o deles começa assim: "No princípio era Marx, e Marx se fez carne e habitou entre nós...".
Reconhece-se uma pregação evangélica quando se ouve frases como: "Aleluia, irmão!". Reconhece-se uma pregação marxista quando se ouve frases como: "É necessário destruir o mundo do capital e criar uma sociedade mais justa onde o verdadeiro homem surgirá"."
Pergunto, confesso, com sono: "E quem vai criar essa sociedade mais justa?". Provavelmente o pregador em questão pensa que ele próprio e os seus amigos devem criar essa nova sociedade.
Mentirosos, deveriam ser tratados como pastores que vendem Jesus e aceitam cartão Visa.

Na verdade, eu acredito sim nas pessoas, eu quero fazer o bem, quero ajudar as pessoas, quero amar e ser amada, não jogar lixo no chão, e reciclar o que for para o lixo, usar sacolas retornáveis para ir ao mercado, usar sempre as palavinhas mágicas "bom dia, por favor, obrigada, com licença...", pois gentileza gera gentileza. E acho que assim posso mudar o mundo, nem que seja um tiquinho, nem que seja o meu mundo dos que me cercam!
Sei que existem outros temas que eu concordo neste texto, e quem me conhcece sabe bem quais são. Mas hoje só quero falar disso!!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita.
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja curta,nem longa demais
Mas que seja intensa
Verdadeira, pura ...
Enquanto durar"
Cora Coralina

Eu tenho tanta gente por perto que tem tudo isso pra me oferecer, que fazem que a minha vida seja de verdade, plena e feliz, mesmo com todos os perrengues.
Assim, como posso não acreditar nas pessoas? Acredito SIM!!!!
E cada vez com mais força!!!

terça-feira, 18 de maio de 2010



Preciso de Alguém

Meu nome é Caio F.

Moro no segundo andar,mas nunca encontrei você na escada

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.

Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. (...)

Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

(Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Novos prazeres

Quem me conhece sabe muito bem que eu sempre tive um certo problema com a cozinha. Nós nunca nos demos muito bem.
Claro que já fiz algumas coisas boas, que eu gostei de fazer e que me deixaram muito feliz depois de pronto, vendo que estava bom. Principalmente doces... delícia!!!!
Mas ultimamente as coisas estão estranhas. Ando tendo umas vontades de cozinhar, fico vendo programas de culinária, receitas na net... ui
Como minhas noites de 3º, 4º e 5º estão tomadas, acho que 2º fico entediada e ando resolvendo cozinhar. E olha que acho que levo jeito.
Algumas das delícias foram: sopa de abóbora com gorgonzola, escondidinho de carne seca, e, hoje, um frango desfiado com molho bechamel, com queijo branco e tomate seco, gratinado... Caraca, ficou bom demais!!!

Me empolguei tanto que até fotografei o feito... rs...



Ah! e para acompanhar, uma boa caipirinha de sakê de kiwi e limão... hummmm... também fotografada... hahahaha




Ando tendo muitas idéias. Vamos ver o que surge na próxima segundona...
Será que isto vai virar um blog de culinária???
"menas, bem menas"... kkkkkkkkkkkkkkkkkk

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Deus sabe a minha confissão...

DrãO
Gilberto Gil

Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...

Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora

Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!

sábado, 24 de abril de 2010

Quem não gosta de samba...

Véspera de feriado na quarta-feira em Sampa = todos os lugares lotados.

Mas de qq forma lá fomos nós para o Teatro Mars, pq a atração compensava, e muito.

Casuarina!!!!

Já tinha os ouvido tocar no Boteco Bohemia (aquele que é melhor lugar do mundo, sabe?!?! rs), e tinha achado ainda muito melhor que o CD. Desta vez, lugar melhor, menos coisa para distrair (tipo, a cerveja estava quente), eu sozinha na frente do palco... caraca... como eles são bons!!!

Queria colocar outro video, mas o You Tube não deixou :(

Então vai o vídeo de uma das músicas que eu mais gosto, e com eles, bom demais!!!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O silêncio da palavras



Pousa a mão na minha testa


Não te doas do meu silêncio:
Estou cansado de todas as palavras.
Não sabes que te amo?
Pousa a mão na minha testa:
Captarás numa palpitação inefável
O sentido da única palavra essencial
- Amor.

Manoel Bandeira

♪♪ Certas coisas - Lulu Santos ♪♪

quarta-feira, 31 de março de 2010

Será que dá???

Enrolei tanto tempo para voltar a escrever aqui... ainda não sei se estou preparada para escrever exatamente o que e como eu quero, mas vamos lá!!!

Semanas difíceis, susto, choro, tristeza... e amor!!! Um amor que algumas vezes nem sabemos como é, e, o principal, o quanto faz falta.
Por vezes acho que lido muito bem com isso, por vezes acho que não. Não consigo entender que a pessoa não estará mais aqui. Chego a ouvir a voz!!
Mas este amor é tão grande, sempre foi, que a saudade fica mais "doce", cheia de lembranças boas, aqueles que fazem sorrir em meio ao choro, sabe???

Por essas e por outras é que eu vou sempre acreditar no amor e nas pessoas. Estes dias me foi perguntado se eu acreditava nas pessoas. A minha resposta é a clássica de quem credita muito (e não quer nunca parar de acreditar). Que tem dias que não acredito em nada nem em ninguém. Mas na maioria deles acredito sim nas pessoas, na bondade, na gentileza... e, só para não perder o costume: no amor!!!!!!!

E é este amor, por tanta gente (perto, longe ou muuuuuuuuito longe), que nos faz continuar, e continuar acreditando!!!!!!!!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

Gosto tto dele (e de quem me mandou) que ele tinha que estar aqui neste dia, com este texto incrível. Tão "elogioso", como me foi definido...


DE MAIS UM INDECIFRÁVEL ENIGMA DE SAIAS
Xico Sá

É um segundo da mais absoluta beleza. Lá vinha a morena (ou loura). Minhas retinas mareadas fecham em close. Que maravilha. Aquele sorriso, como digo, indecifrável. Porque não se trata de um sorriso besta de alguma felicidadezinha passageira, de um ganho financeiro, da sorte no amor ou no jogo.
É mais enigmático. Muito mais do que o sorriso da Monalisa, que reza a lenda, era o sorriso de uma grávida. Não é o sorriso dos paraísos artificiais dos remédios tarjas pretas ou de alguma pastilha psicodélica. Nada.
Não é apenas o sorriso de quem recebeu uma notícia alvissareira, passou no concurso ou viu o regime fazer o efeito pretendido, uns quilos a menos, nova silhueta, que beleza! Nem chega perto.
Também não é o sorriso de quem ouviu uma cantada de amor com requintes de vida eterna.
A moça que ri sozinha na calçada é um mistério.
Não é o riso de quem ouviu uma piada, um "gostosa", "tesouro" etc etc. É bem mais profundo.
De que ri a moça?
Será que a moça que vem na calçada ri de alguma coisa que despencou-lhe, naquele exato instante,do trapézio da memória? Alguma coisa muito engraçada dos tempos em que ela era uma pequena, uma pirraia, quem sabe uma queda de uma árvore ao subir pela primeira vez no pé de jambo da frente da casa suburbana?
Não é o sorriso de quem recebeu carta do estrangeiro, carta do amor que um dia escafedeu-se, saiu para comprar o king size do desamor e do desprezo.
Às vezes parece um pouco com um certo sorriso de maldade. Uma pontinha de vingança, quem sabe. Mas que nada. Só parece. Nada disso.À medida, mesmo naquele rápido segundo, que os lábios voltam ao normal, desfazendo o sorriso, vê-se que não tem nada de maldoso naquele retrato. Muito menos é tingido pelo gloss sabor uva da ironia ou o batom vermelho das vinganças. Não, não é nada irônico, nada ressentido.
Quanto mistério num sorriso de tão pouco tempo. Daria uns cinco anos de vida em troca do esclarecimento desse enigma de um segundo.Chego até a refletir, cofiando a barba rala e dando pequenos nós na costeleta: será que é consciente, será que elas sabem que o misterioso sorriso toma conta do rosto naquela hora?
Não, também não é só sexo. Por mais que o gozo, a pequena morte, como dizem os franceses, faça bem à pele e seja motivo do carnaval particular no peito,não é esse ainda o motivo isolado daquele sorriso, um sorriso mais invocado do que o sorriso do gato de Alice.
Gastaríamos esse jornal inteiro em especulações ainda sem rumo. Coisa de agoniar o juízo. Melhor mesmo apreciar abestalhadamente esse lindo mistério das crias das nossas costelas.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Liberdade

Liberdade
Marcelo Camelo

Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que eu já sou
Mesmo sem me libertar eu vou

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro


De que vale ser aqui
De que vale ser aqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade

http://www.youtube.com/watch?v=LnDW-IKXBSk
... assim estão sendo meus dias pós carnaval "Fingindo ser o que eu já sou". E não, isso não é legal... tenho uma enorme capacidade de adaptação, mas para algumas situações ela se foi... e não quero que volte, coisa que não sinto saudades, por achar que assim deve ser... mas se pensar nas consequencias... ela podia voltar pelo menos um tiquim! But... "os fins justificam os meios" (assim espero!!!)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carnaval

Ai... será que tenho palavras?? Acho q por enquanto não...

Quem sabe depois que estiver mais descansada eu conte algo...

Mas assim já dá p imaginar...


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Homens que não gostam de mulheres

Um dia antes da minha partida para o caloroso Rio de Janeiro, leio esta matéria. Logo eu que estava tão preocupada em emagrecer, malhando todos os dias, fazendo regime, até um pequeno incidente (acidente) me tirar da academia e me fazer comer mais do que devia... aí pronto... neura... "tô gorda, não vou por biquini, olha estas banhas, e o tamanho da minha barriga...". Nada que mulhres já não tenham dito e homens não tenham escutado.
Bom, após ler isso me sinto um pouco melhor, irei menos neurótica, mas voltarei p academia...
Mas isso não faz com que eu não pense na escravidão em que vivem estas meninas, a falta de saúde delas, e de respeito de quem as "produz".
Só espero que mais mulheres leiam esta matéria e não se sintam presas ao "padrão de beleza" das passarelas, e com isso sejam mais felizes....
E como bem lembra o título: homem não sabe a diferença entre estria e celulite... se souber, desconfie!!!

E aproveitando: BOM CARNAVAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Homens que não gostam de mulheres


Não estive presente na São Paulo Fashion Week. Mas li sobre a matéria. Com fascínio. Com horror. Folheando virtualmente a imprensa americana, passei os olhos pela revista "New York" (não confundir com a "The New Yorker") e encontrei fotografia sobre o evento. Corrijo. Fotografia sobre os bastidores do evento.

Espetáculo admirável: meia dúzia de modelos mudando de roupa, oferecendo os corpos despidos a uma câmera fotográfica. Dizer que as modelos são magras é, se me permitem, um eufemismo. Magro sou eu. As modelos são esqueletos mórbidos com a pele dramaticamente colada aos ossos. Só faltam as moscas a rodear estes cadáveres adiados. Ou os abutres.

Os organizadores do evento mostram preocupação. Paulo Borges, por exemplo, fala em medidas urgentes para combater o horror. Mas que medidas? Nos últimos anos, a São Paulo Fashion Week exigiu peso mínimo para evitar donzelas subnutridas. Pelos vistos, as agências e os criadores não ouvem os apelos e continuam a apostar nos esqueletos.

Longe de mim sugerir soluções. Até porque o problema, temo bem, não tem solução. Basta regressar à foto e perguntar, com honestidade possível, se existe algum homem na Terra que sinta genuína atração por mulheres que são espectros de mulheres.

Não creio. Nas modelos da São Paulo fashion Week não existe qualquer sombra beleza; não existem as curvas e contracurvas por onde desliza a imaginação. Qualquer homem que goste de mulheres, confrontado com estas mulheres, não sente a vontade inevitável de as despir. Pelo contrário: sente o pudor paternalista e humanitário de as vestir. De as nutrir. E, em certos casos, de mandar chamar o cangalheiro.

A anorexia que sacode o mundo da moda não se explica por uma busca extrema de "elegância" ou "perfeição". Na moda de hoje, não existe "elegância" ou "perfeição" no sentido clássico dos termos. Porque não existe sentido de "harmonia" ou de "proporção".

O que existe é um meio dominado por agências ou criadores que não gostam de mulheres. Agências ou criadores que desfiguram e ridicularizam as mulheres porque abominam nelas tudo aquilo que é deliciosamente sensual e feminino.

João Pereira Coutinho, 33, é colunista da Folha. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro "Avenida Paulista" (Record). Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ufa!!! Tá chegando o CARNAVALLLLLL

Máscara Negra

Composição: Zé Keti-Pereira Mattos

Quanto riso oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval






Hum.... o áudio está ruim, né?!?!?! Mas tudo bem... depois eu conto se ao vivo fica melhor.... ahahaha


E esta é para vcs!!!!! Turma do Funil!!!!!!!!!


Turma do Funil

Mirabeau / M de Oliveira / Urgel de Castro

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Aí, aí, ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos e eles que ficam tontos

Eu bebo, sem compromisso,
com meu dinheiro, ninguém tem nada com isso
Aonde houver garrafa, aonde houver barril
Presente está a turma do funil

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Machos

Por isso que o cabra desconjuntado, mal diagramado, pega (ou pelo menos diz que pega) tanta munher!!!
Ai se todos os homens fossem assim... se se mantivessem assim... não existiriam tantas mulheres desiludidas com a raça...
Mas deve haver mais Xicos Sás Por aí... ok... mais bonitinho da uma ajudinha... rs

O BELO STRIP AO CONTRÁRIO
Xico Sá

Você acorda e está diante do maior espetáculo da terra: a mulher no seu ritual de arrumação, o banho, o creme na perna levemente amparada sobre a poltrona, os cabides em forma das mesmas interrogações e dúvidas –com que roupa?- e aos poucos, peça a peça, me vejo diante da Anna Karina, a atriz, no auge da nouvelle vague.

Em muitas ocasiões, finjo até que estou dormindo, só para flagrar a beleza sem interferir no acontecimento. Dessa forma, ela se apresenta mais naturalmente e oferece melhores ângulos. Cena a cena, meu filme preferido, cinema na cama antes de pedir o café pra nós dois.

Porque uma mulher se vestindo é infinitamente mais elegante do que uma mulher tirando a roupa. Por mais que seja fina, há sempre um descuido ao despir-se, além da pressa inimiga, claro, nos momentos do sexo selvagem.

Seja um Yves Saint Laurent, um garimpo de brechó ou um vestido do magazine mais próximo, não importa, o que vale é o ritual, a combinação de cores, os detalhes, o quadro a quadro que constrói o figurino. Lindo e lento strip-tease ao contrário.

E o momento da maquiagem? Passo mal ao espiar ao longe. Sim, nada de acreditar nessa historinha de “você já é bonita com o que Deus lhe deu!” Dorival Caymmi, saravá meu pai!, é uma beleza de homem, mas pinte esse rosto que eu gosto e que é só seu. Com todos aqueles lápis que lhe fazem uma criança brincando de colorir o desejo.

Agora ela anda na casa, à procura do acessório perdido... Seus passos fazem música com os tacos, como é bom ouvir, excitado, aquele ritmo ainda embaixo dos lençóis.

Quando o destino é uma festa, o ritual não é menos nobre, mas ainda prefiro o preguiçoso espetáculo das manhãs –final das manhãs, digamos, porque madrugar ninguém merece.

E sempre rio baixinho do momento da dúvida na escolha do vestuário, quando você suspira, quando você solta o mesmo resmungo de todas as mulheres do mundo: não tenho roupa. Pode ser uma madame de alta classe ou uma jovem atriz que ainda trabalha de garçonete.

O importante é que você se veste e aquele filme, cinemascope, passa como sonho o resto do dia na minha cabeça.

Aqui me despeço e deixo vocês com aquela canção lindamente brega do Roberto e do Erasmo: “Homem que tem sentimento/ briga por tudo que quer/ ama independente da moda/macho mas não se incomoda/ de ser um doce com a sua mulher”.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O amor é filme!

Tento sempre pensar no lado bom das coisas. O de hoje foi assistir pela enésima vez "Lisbela e o Prisioneiro". E gosto cada vez mais! E cada vez que assisto presto atenção em algumas frases tão verdadeiras quanto inusitadas. As de hoje:

" O amor é um precipício que a agente se joga e espera que o chão não chegue nunca."

" O amor é um precipício, quando a gente acha que está voando, talvez esteja caindo."

" Eu quero queimar a minha vida de uma vez só num fogo bem quente."







O amor é filme
(Cordel Do Fogo Encantado)

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

Um belo dia a a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos

O amor é filme e Deus espectador!

"- A gente devia ser como o pessoal do filme, poder cortar as partes chatas da vida, poder evitar os acontecimentos!
Num é?!?!"

domingo, 24 de janeiro de 2010


“Acredito que a maior tragédia do homem ocorreu quando ele separou o amor do sexo. A partir de então, o ser humano passou a fazer muito sexo e nenhum amor. Não passamos do desejo, eis a verdade. Todo desejo, como tal, se frustra com a posse. A única coisa que dura para além da vida e da morte é o amor”.

Nelson Rodrigues

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dia estranho...

... tempo estranho, que já está se tornando normal...
Mas foi um dia estranho para mim, dentro de mim... uma sensação que eu não sei explicar... não sei pq... ou melhor, sei sim, e como sei... mas 2010 está só começando, e tenho certeza (e muita esperança) de que tudo vai dar certo e todos os meus sonhos vão se tornar realidade...
.
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Mas já estou melhor. Vou dormir, e tenho certeza que amanhã vou acordar da mesma forma que estava me sentindo antes... que 2010 vai ser O ano!!!


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

“Antes um bom canalha de ressaca do que um saudável bom moço perfumado com a boca sempre cheirando a antisséptico”

Um excelente 2010 para todos!!!

E assim inicio este blog de ano novo com a última dele.

TEMPO DE HOMENS FROUXOS:

A prosa nada cabulosa da nossa távola redonda salta de mesa em mesa, entre cavalheiros e damas, naquela madruga na taberna:

“Pois saibam todos vocês, a teoria da moça ao lado está mais certa que boca de padre e mais justa do que boca de bode”, emenda Ailton, o garçom pernambucano, de prima, sem deixar a peteca fazer gracinha pelos ares.

“Antes mesmo um bom canalha, com pegada, do que um macho frouxo e vacilão”, exalta Carol, amplifica Maíra, declama Guta, acentua Luciana, amacia Beth e Clarice gagareja com sua caipirinha de frutas vermelhas.

Era a tese da hora, porque bebedeira só é boa mesmo com uma tese de costumes para a gente beliscar noite adentro.

Sem deixar um farelo de dúvidas sobre a mesa de acepipes, bar Filial, madrugada de São Paulo, as meninas, agora em coro, decretam:

“Paz na terra aos canalhas de boa vontade, eles merecem nosso crédito!”

No que o Coppola, o amigo calabrês sempre vestido de nuvens azuis em corte de camiseta pólo, manda o seu mr. Sinatra antes que os sabiás das quatro da matina se manifestem:

Fly me to the moon
Let me sing among those stars…”, canta, como sempre, depois do décimo chope.

As gazelas vão à lua e retornam divas mais radicais ainda para a saideira clássica sob a paisagem de cadeiras levantadas e água com sabão nos pés.

“Antes um bom canalha de ressaca do que um saudável bom moço perfumado com a boca sempre cheirando a antisséptico”, Guta vai mais longe ainda.

A tese ganha versões, puxadinhos semânticos, penduricalhos, novas frases refeitas:

“Mais vale um cafa na mão do que dois playboys vacilões”.

“Nesses tempos de homens frouxos, quando não se pede mais ninguém em namoro, a canalhice é o nosso parque de diversões”, Lu ataca novamente.

A tese se torna tão valiosa, uma obra aberta, que alguém anota em guadanapos, como se fosse a ata da bebedeira. Fica como “pindura” para a próxima farra.

“Mais vale um Paulo César Peréio na mão do que dois Tony Ramos com depilação definitiva”, manda uma ex-feia que acaba de se consagrar musa-mor da madruga.

Àquela altura não há mais ninguém feio no mundo. Nem mesmo um mal-diagramado pela natureza como este cronista, que aprendeu, com o seu ídolo Sérge Gainsbourg, que a beleza é passageira e a feiura é para sempre. Eis o nosso mantra eterno, amém.


Xico Sá



Mas tenho algumas considerações a fazer sobre o tema:
Embora concorde com algumas coisas, tipo, a frase que escolhi para título do post, tenho q deixar claro que não gosto do canalha no sentido literal da palavra, quele bom FDP, que te sacaneia, usa e abusa...
Gosto (e acho que posso até dar uma generalizadinha - gostamos) dos canalhas de faz de conta, que são inteligentes, sagazes, engraçados, atenciosos (pois faz parte da conquista), botequeiros e, claro, com um p... de uma pegada...

Será que me fiz entender??? rs