sexta-feira, 25 de abril de 2008

Mais de Inés da Minha Alma

Sobre o Novo Mundo (do qual nós fazemos parte)
"Neste Novo Mundo o ar é quente, propício à sensualidade; tudo é mais intenso, a cor, os perfumes, os sabores; inclusive as flores, com suas terríveis fragrâncias, e as frutas, mornas e pegajosas, incitam à lascívia."

Sobre o amor de Inés e Valdivia, por Inés
"Pedro de Valdivia havia se formado no fragor da guerra, nada sabia de amor, mas estava pronto para recebê-lo quando este chegou. Levantou-me nos braços e me levou para a minha cama em quatro longos passos, onde caímos, ele por cima de mim, beijando-me, mordendo-me, enquanto se desprendia do gibão, das calças, das botas, das meias, desesperado, aos safanões, com os brios de um rapaz. Deixei-o fazer o que quis, para que se desafogasse; quanto tempo havia passado sem mulher? Apertei-o contra meu peito, sentindo as pulsações de seu coração, seu calor animal, seu cheiro de homem. Pedro tinha muito que aprender, mas não tinha pressa, contávamos, com o resto de nossas vidas e eu era boa professora, ao menos isso podia agradecer a Juan de Málaga. Quando Pedro compreendeu que a portas fechadas eu é que mandava e não havia desonra nisso, se dispôs a me obedecer de excelente humor. Isso demorou algum tempo, digamos quatro ou cinco horas, porque ele achava que a entrega correspondesse à fêmea, e a dominação, ao macho; assim tinha visto nos animais e aprendido em seu ofício de soldado, mas não foi em vão que Juan de Málaga passou anos me ensinando a conhecer meu corpo e o dos homens. Não afirmo que todos sejam iguais, mas se parecem bastante, e com um mínimo de intuição qualquer mulher pode contentá-los. O contrário é que não é a mesma coisa; poucos homens sabem satisfazer uma mulher e menos ainda são os que estão interessados em fazê-lo. Pedro teve a inteligência de deixar sua espada do outro lado da porta e se render a mim. Os detalhes desta primeira noite não importam muito, basta dizer que ambos descobrimos o amor verdadeiro, porque até este momento não havíamos experimentado a fusão do corpo e da alma. Minha relação com Juan foi carnal, e a de Pedro com Marina, espiritual; a nossa foi completa.”

De Valdívia para Inés
"- Aqui comigo dona Inés Suárez! - exclamou, e qunado me adiantei aos soldados e oficiais para colocar meu cavalo junto ao seu, acrescentou em voz baixa: - Vamos para o Chile, Inés da minha alma..."

Filosofia Mapuche, os índios chilenos, sobre Deus e fé
“Uma vez por ano as tribos se juntavam em campo aberto para um Nguillatún, invocação ao Senhor do Povo, Ngenechén, e para honrar a Terra, deusa da abundância, fecunda e fiel, mãe do povo mapuche. Consideram uma falta de respeito incomodar Deus todo domingo; como nós, uma vez por ano é mais que suficiente.”

Sobre a vida, por Felipe (Lautaro), índio Mapuche
“Há dias alegres e há dias tristes. Cada um é dono do seu silêncio.”

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